dimanche 18 janvier 2009

Um Jornalista em Gaza



Em Portugues em Inglês




Atualizado às: 17 de janeiro, 2009 - 03h32 GMT
(01h32 Brasília)
CHRISTIAN
FRASER, UM JORNALISTA EM GAZA

O repórter da BBC,
Christian Fraser, é um dos primeiros jornalistas independentes a entrar em Gaza
desde o início da ofensiva israelense, no dia 27 de dezembro. Israel continua
negando o acesso de jornalistas estrangeiros ao território sem supervisão.
Fraser chegou a Rafah, no sul da Faixa de Gaza, através do Egito e enviou o
relato abaixo sobre as condições de vida na cidade.

Nós esperamos 19 dias para cruzar a fronteira
para Rafah.
Por três semanas, nós vimos os feridos atravessarem a divisa,
deixando para trás ruidosas explosões.
Rafah vem sendo bombardeada desde que
o início deste conflito. Os israelenses têm como alvo túneis de contrabando que
passam por baixo do muro do perímetro. Cerca de 40 mil pessoas que viviam perto
dele agora ficaram sem casa.
Cinco mil delas estão abrigadas em três escolas
da ONU (Organização das Nações Unidas). Muitas são crianças.
Elas estão
alegres em me ver. Felizes por ver qualquer pessoa do mundo exterior.
-Qual é
o seu nome? Qual é o seu nome? -Gritam.

Em cada sala de aula dormem 25.
As carteiras formam pilhas altas em um canto. Eles compartilham quatro colchões
e, hoje, couve para o jantar.
Nós encontramos Mahmoud, que estava carregando
o filho de sete meses, Mohammed. Eles são do campo de Shaboura. Há dez dias,
Mahmoud tirou o filho dos escombros de sua casa, miraculosamente ileso. Agora
ele abraça forte o menino.
-Eu conto estórias para as crianças à noite, disse
Mahmoud. -Eu puxo todas para perto de mim, tento acalmá-las. Eu digo a elas que
não vão morrer. Que o bombardeio acabou.

Há pais por toda a Faixa de
Gaza criando distrações semelhantes.
Nosso anfitrião, Ahmed Adwan, disse que
toda vez que uma bomba cai perto de sua casa, ele dança para a filha de três
anos. Agora ela acha que é uma brincadeira.



Espera

Mas não é brincadeira. O estresse
psicológico é enorme e aparece no rosto das pessoas que encontramos.
Os caças

sobrevoam a casa continuamente. Ninguém dorme. Ninguém sabe onde a próxima bomba
vai cair. Não há um momento de paz. As conversas são interrompidas
constantemente pelo rugido de aeronaves israelenses.
Nós vimos os seus
ataques "precisos". Não há dúvida de que os israelenses fizeram um esforço para
atingir seus alvos com precisão. A delegacia do lado oposto do armazém da ONU
agora é só uma cratera.
Mas há muitos locais bombardeados onde se pode ver
danos colaterais. Não é de se estranhar que tenha havido tantos mortos e feridos
entre civis. Na casa onde estamos hospedados as janelas ficam abertas, caso o
impacto de uma das explosões estoure os vidros.
Ahmed fumava 20 cigarros por
dia antes do início deste conflito. -Agora, todos os dias, eu fumo dois maços e
meio,- disse ele. -Eu estou nervoso o tempo todo. Eu me preocupo com a família.

Seu amigo, Abu Moustafa, foi forçado a abandonar sua casa na fronteira há
duas semanas. Agora ele vive com parentes.
-Eu virei duas vezes refugiado,-
disse ele. -Meu pai perdeu a casa dele para os israelenses em 1948. Ele era do
vilarejo de Yebna. Agora nós estamos desabrigados de novo.
-Minha casa ainda
está de pé, mas está danificada.
-Eles bombardeiam a área desde o dia 28.
Havia 21 de nós na casa naquela noite. Eu não vejo meus vizinhos desde então.
Não existe interação social no momento.
-É perigoso demais andar pela cidade
então nós ficamos sentados e esperamos ... e esperamos.
Economia
destruída


Os palestinos de Rafah disseram que os túneis são
vitais para eles.
Eles dizem que poucas armas passaram por debaixo do muro.
Agora os túneis estão destruídos e eles temem que a escassez de suprimentos se
agrave.
-Existe comida, mas há uma escassez crônica mesmo dos produtos mais
básicos, disse Ahmed.
-Farinha de trigo, açúcar, lentilhas, arroz... e os
preços dispararam. Tudo está mais caro. Não há shekels (moeda israelense) em
Gaza, só dólares.
-Os funcionários da UNWRA (Agência de Ajuda aos Refugiados
Palestinos da Organização das Nações Unidas na Faixa de Gaza) aqui só receberam
50% de seus salários no mês passado porque existe essa escassez de dinheiro na
Faixa (de Gaza).
-Eu não posso tirar dinheiro do banco. Meu irmão me manda
dinheiro do Egito através de pessoas que cruzam a fronteira.
Combustível é
outro produto que está mais caro. Há três semanas, o diesel custava um shekel
(US$ 0,26) por litro. Agora custa mais de quatro shekels.
-Como é que nós
vamos conseguir combustível se eles não reabrirem as fronteiras?,- perguntou
Ahmed.
-Nós estamos vivendo sob cerco há 18 meses. Nós não confiamos nos
israelenses para nos abastecer. Faltam-nos tantas coisas que o Ocidente tem
garantidas. Ração animal.
-Eles nunca falam sobre isto mas como vamos
alimentar as nossas galinhas e vacas? É por isso que o preço da carne e do
frango subiu tão depressa.
Em
resumo

A economia da Faixa de Gaza e de Rafah está em
frangalhos.
-Nós esperamos que haja uma trégua, disse Abu
Moustafa.

-Mas por quanto tempo vai durar? Se a comunidade internacional
continuar a fazer vista grossa para as injustiças que nós sofremos, nunca vamos
romper o círculo vicioso. Nós também queremos paz. Quem quer viver deste jeito?




*Nota do Editor

Da Redação, com detalhes e Informações de Agências
Internacionais, (Reuters), (Press France), (BBC), (G1), (FTP) (AFP) Fontes
Jornalísticas e Poetas do Mundo

Todos os artigos e imagens acrescidos
os respectivos créditos Por: Elizabeth Misciasci-
Editora de Conteúdo Responsável- Cônsul Penha SP/ Poetas Del Mundo
Brasil



Version English
Christian Fraser is the first British journalist to get
access to Gaza since the conflict began


The BBC's
Christian Fraser is the first British journalist to enter Gaza independently
since the Israeli offensive began. Israel is continuing to deny foreign
journalists unsupervised access to the Strip. He sent this report from Rafah,
southern Gaza, which he entered from Egypt.

Nineteen days we had
waited to cross into Rafah.
For three weeks we had watched the injured come
through the crossing and thunderous explosions on the other side. At last we
were being allowed in to report it - independently.
Rafah has been pounded
through this conflict. The Israelis are targeting smuggling tunnels that extend
beneath the perimeter wall. Around 40,000 people who lived close to it are now
homeless.
Five thousand of them are sheltering in three UN schools, so many
of them are children.
Frightened children
They were
pleased to see me. Pleased to see anyone from the outside world.
-What's your
name, what's your name,- they scream.
They are sleeping 25 to a classroom.
The desks have been piled high in a corner. They share four mattresses and on
this day a cabbage for their evening meal.
We met Mahmoud who was carrying
his seven-month-old son Mohammed. They are from Shaboura camp. Ten days ago
Mahmoud dug his son out of the rubble of his house, miraculously unscathed. Now
he hugs him close.
I tell the children stories at night, - he says. -I pull
them all close to me, try to calm them. I tell them they are not going to die.
That the bombing is all over.
There are fathers all over Gaza working similar
distractions.
Our host, Ahmed Adwan, told me that every time a bomb falls
near his house, he dances for his three-year-old daughter. She now thinks it is
a game.
Waiting it out

But it is no laughing
matter. The psychological strain is huge and showing on the faces of the people
we meet.
The jets fly over the house continually. No-one sleeps. No-one knows
where the next bomb will fall. There is not a moment's peace. Conversation is
constantly interrupted by the roar of the Israeli jets overhead.
We have
seen their surgical air strikes. There is no doubt the Israelis have tried hard
to hit their targets accurately. The police station opposite the UN warehouse is
now just a crater.
But there are plenty of bomb sites where there is
extensive collateral damage. It is no wonder there have been so many civilian
casualties. In the house in which we are staying the windows are all left open,
in case the pressure from one of the blasts should blow the glass out.
Ahmed
smoked 20 cigarettes a day before this conflict started. -Now I smoke two and
half packets every day,- he said. -I am nervous all the time. I worry for my
family.
His friend, Abu Moustafa, was forced to leave his house at the border
over two weeks ago. He is now living with relatives.
-I am a refugee twice
over, - he says. -My father lost his home to the Israelis in 1948. He was from
Yebna village. Now we are homeless again.
-My house is still standing but it
is damaged.
-They have been bombing the area since the 28th. There were 21 of
us in the house that night. I haven't seen my neighbours since. There is no
social interaction at the moment.
-It's too dangerous to travel about town so
we sit and we wait… and we wait.
Shattered
economy


The Palestinians of Rafah tell me the tunnels were their
lifeline.
They say very few weapons came under the wall. And now the tunnels
are destroyed, they worry the shortages will become more acute.
-There is
food but there is a chronic shortage of even the most basic commodities, - said
Ahmed.
-Wheat flour, sugar, lentils, rice… and prices have rocketed.
Everything is so much more expensive. There are no shekels in Gaza, only
dollars.
-The Uuwra employees here only got 50% of their salaries last month
because there is such a shortage of money in the strip.
I can't draw out
money from the bank. My brother sends me cash from Egypt via people who return
through the crossing.
Fuel is another commodity that is more expensive. Three
weeks ago diesel was one shekel ($0.26) a litre, now it is more than
four.
-How are we going to get fuel if they don't re-open the crossings? -
asked Ahmed.
-We have been living under siege for 18 months. We don't trust
Israel to provide for us. We are lacking so many things the West takes for
granted. Animal feed.
They never talk about it but what are we supposed to
feed our chickens and cows? That's why the price of meat and poultry has risen
so fast.

In short
The
economy of Gaza and Rafah is shattered - much like its people.
We hope there
will be a truce,- said Abu Moustafa.

-But how long will it last? If the
international community continues to turn a blind eye to the injustices we
suffer then we will never break this vicious circle. We want peace too. Who
wants to live like this?



*Nota do Editor

Da Redação, com detalhes
e Informações de Agências Internacionais, (Reuters), (Press France), (BBC),
(G1), (FTP) (AFP) Fontes Jornalísticas e Poetas do Mundo

Todos os
artigos e imagens acrescidos os respectivos créditos Por: Elizabeth Misciasci- Editora de Conteúdo
Responsável- Cônsul Penha SP/ Poetas Del Mundo Brasil

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