jeudi 15 octobre 2009

A virtualidade e a vitalidade - as tecnologias de informação e o consumismo em saúde.



Por: Paulo Roberto Vasconcellos-Silva
INTRODUCCIÓN / RESUMEN


Na última década, tem-se observado uma interessante ampliação dos conceitos de consumo, a se deslocar na direção de esferas sociais até agora não contempladas pelas categorias clássicas. Um dos desafios teóricos se refere à dificuldade de extrapolação das perspectivas econômicas do consumismo ao campo da saúde no contexto das novas TICs. Os indivíduos se vêm incitados à condição de consumidores de artefatos e serviços sob o imperativo da auto-responsabilização e do auto-cuidado. Inovações tecno-científicas nos levam à reformulação de perguntas desde sempre vinculadas à condição humana: quem somos, a que somos vulneráveis e o que consumir para prolongar e ampliar nossas limitações carnais? Colocam-se agora outras questões acerca da expectativa do que é ser um organismo biológico mediado por psicofármacos, transplantes de órgãos e aprimoramento genético a modificar a idéia do humano em uma nova forma de “ordenação de si”. Sob tais perspectivas, nunca se consumiu tanto em prescrições, estatísticas e terapias totemizados pelas TICs e cada vez mais avidamente consumidos no circuito da bioeconomia da vitalidade no cenário da mercadorização do cotidiano. Consome-se não apenas saúde, mas também vitalidade decomposta em artefatos de armazenar e comercializar no contexto de uma nova bioeconomia - não mais ligada à idéia de emulação e posse, e sim a novas formas de perceber-se e cuidar-se dadas as ameaças dos múltiplos novos riscos e frente às novas definições do que é ser humano.